A literatura infantil sempre me fascinou, desde muito pequena, quando esquecia o mundo diante daqueles livrinhos coloridos e cheios de figuras. Uma tentativa de minha mãe para me fazer gostar da leitura. E eu me apaixonei. O que mais me encanta nos textos para os pequenos é a atmosfera, a possibilidade de imaginar. Momo me fez reviver tudo isso, de uma maneira diferente, claro. É como ler O Pequeno Príncipe depois de crescido. A interpretação é outra, o clima é outro, mas a fantasia é a mesma.
Em Momo e o Senhor do Tempo, a história da luta de uma menina para tomar de volta o tempo roubado das pessoas pelos homens cinzentos é incrivelmente bela. Os homens cinzentos se alimentam exatamente do tempo poupado por cada indivíduo. Por isso, precisam convencê-los de que não têm tempo a perder. Os seres humanos, ao crer que precisam economizar tempo, passam a cumprir suas tarefas de forma sempre ligeira. Deixam de se dedicar ao que lhes dá prazer, ao que lhes traz felicidade.
Assim, os homens cinzentos vão-se multiplicando. E os seres humanos, cada vez mais isolados em seus próprios mundinhos, sempre irritados, mau humorados, dedicando-se apenas às atividades que garantem o sustento da família. Pior é que até Gigi caiu nessa. Logo Gigi! É apaixonante o livro. É apaixonante viajar nas frases singelas, mas cheias de expressão. Vale a pena demais conhecer Momo, Gigi, Beepo Varredor e a tartaruga.
Passagens
“Vou lhe dizer uma coisa, Momo: as coisas mais perigosas na vida são os sonhos realizados… Não tenho mais com o que sonhar.”
“Assim como vocês têm olhos para enxergar a luz, ouvidos para ouvir sons, também têm um coração para perceber o tempo. Todo o tempo que não é percebido pelo coração é tão desperdiçado quanto seriam as cores do arco-íris para um cego ou o canto de um pássaro para um surdo.”
FONTE: http://pequenasdigressoes.wordpress.com/2007/12/21/momo-e-o-senhor-do-tempo/
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